Foi gestando meu primeiro filho que eu percebi que eu precisava de muita ajuda. Que eu tinha muita dor, muitos vazios, muita carência. Gael nasceu. Eu adoeci. Emocionalmente eu estava um caco. Foi a fase mais difícil da minha vida. Eu percebi que eu havia vivido uma grande farsa. Eu não era nada daquilo que eu achava que eu era. Eu estava desesperada, agressiva, triste. Engordei mais ainda depois do parto, perdi minhas referências de mim mesma. Comecei a estudar gestação, amamentação, puerpério. Foram dois anos numa luta ferrenha contra mim mesma. Eu não deixava ninguém encostar no meu filho. Eu era uma leoa, muito ferida, precisando proteger seu filhote. Antes de me curar, eu engravidei e perdi. Uma menina. Olívia. Com 14 semanas de gestação. Me permiti viver o processo e isso foi libertador. Seis meses depois estava grávida do meu filho caçula. Resolvi escutar meu coração. Pari o Pedro, num parto avassalador e curativo, que me deixou marcas e sequelas por mais 9 meses…. eu não sabia, mas eu estava me gestando e o parto foi com fórceps…
Pedro tinha 2 anos quando eu tive uma crise de nervos e fui diagnosticada com depressão. Rompi com minha terapeuta com muita revolta, pois eu vinha dizendo que não estava bem. Que meu cérebro não era normal… e ela dizia que a vida era assim mesmo.
Eu pensava… não pode ser. Não faz sentido eu me conformar com esse vazio. Não pode ser que eu não posso fazer nada para sentir felicidade no meu coração. Eu tinha uma vida linda. Eu morava numa linda casa, tinha dois filhos maravilhosos, saudáveis, inteligentes, um marido que fazia tudo por mim. Que raio de vazio era esse?
Então, ingressei de corpo e alma em mim mesma. Mergulhei. Fiz retiros, consultas de psicoterapias avulsas, terapia semanalmente, busquei ajuda médica, nutricional, cursos e religião.
Ingressei na EAE. Escola dos Aprendizes do Evangelho do Centro que eu frequentava, já há vinte anos… o Magdala como chamamos. Foram 5 anos estudando o kardecismo, os evangelhos de Jesus sob a luz do espiritismo. Foi uma formação, praticamente uma faculdade, onde eu aprendi a olhar para dentro. aAprendi fazer perguntas, e escutar respostas. Eu entrei uma e saí outra. Completamente transformada. Eu não estou querendo dizer com isso que eu saí melhor ou pior. Mas eu consegui entender quem eu era. Percebi onde eu estava e então pude de verdade olhar para onde eu queria ir.
Paralelamente estudei Florais, Cristais, Reiki, Yoga, filosofia. E em todas as técnicas e filosofias eu encontrei o mesmo princípio. A mesma revelação.
A doença, física ou mental, acontece quando nos afastamos de nossa essência. Acredito que nascemos com um propósito. Cada ser nesse planeta tem o seu propósito. Algo que escolheu antes de nascer. E quando nascemos estamos certos do que viemos fazer. Você já reparou num bebê aprendendo a andar? Se nunca fez isso, sugiro tentar se lembrar de algum bebê começando a andar. Não existe limites para as tentativas. Ele levanta tenta um passo, cambaleante, cai, levanta, anda de novo. E assim até andar. Os pais ficam exaustos, com dores nas costas de tanto segurar, ajudar, incentivar. A vida de todo ser humano deveria ser sempre assim.
Deveríamos ter o costume de sempre incentivar nossos filhos nos ciclos, nos passos, nos aprendizados, nos sonhos. Mas infelizmente não é sempre que conseguimos exercendo a função de incentivadores. Muitas vezes deixamos nossa criança frustrada falar. Muitas vezes deixamos nossos medos falarem. Muitas vezes não queremos que nossos filhos sofram e com isso vamos bloqueando suas potencialidades. Talvez, foi exatamente isso que aconteceu conosco. Talvez, por medo, por limitação, por crenças errôneas nossos pais, cuidadores, professores, amigos, companheiros nos tenham dito coisas para nos proteger, ou para se protegerem que nos fez desacreditar da nossa capacidade.
Convido você a observar: Quando você se descreve você fala bem ou mal de você? Se você tivesse que se apresentar agora para alguém que não te conhece você diria o que? continua…