será que existe feminino sem masculino?
Demorei muito tempo para começar a formular uma opinião acerca do “sagrado feminino” que tantas vezes escutei e algumas delas até participei. Minha intuição me perguntava onde está o sagrado masculino?
Na minha visão interna (intuitiva e sensorial) somos feitos, de opostos. Então, como posso ser feita a partir de um feminino sagrado e um masculino… profano? Doente? Mal? Penso que não. Penso que existe uma exacerbação do masculino e uma opressão do feminino há milênios.
O tema feminismo é muito polêmico e controverso e portanto não gostaria que esse texto parecesse mais uma opinião com vontade de ser a correta. Todavia, se esse texto te fizer parar para sentir, o que seu coração te conta? O que sua alma se lembra? Olhe para dentro com os olhos do sentir e encontre o ponto de equilíbrio!
Você já parou para se perguntar sobre o que você acredita? Quem trouxe sua crença acerca da religião? Provavelmente seus pais. Mas, de onde eles tiraram? Provavelmente dos pais deles, que aprenderam com os pais deles e assim sucessivamente. Mas, nos primórdios (bem antes de Adão), as crenças, os cultos, os conhecimentos ditos religiosos, passavam de pessoa para pessoa oralmente. Haviam iniciações, e os iniciados eram testados moralmente antes de receberem as informações secretas acerca da criação do mundo e dos poderes de Deus, ou deuses dependendo da época e local.
Mesmo depois da escrita, não se escrevia abertamente acerca dos “segredos” místicos e religiosos, pois esses saberes sagrados poderiam cair na boca do povo e o sagrado, dito de qualquer forma, e por qualquer pessoa pode se tornar profano. (profano = o que não é sagrado)
Sabe quando todo mundo começa a falar sobre a mesma coisa? E em todo lugar que você vai você escuta aquela história? E cada um conta com uma visão diferente, com a maneira que ele entendeu e um dia parece que aquilo virou algo comum, sem valor?
Então, as práticas espirituais eram passadas de boca ao ouvido, em segredo, para alguns escolhidos, para os iniciados. Existiam as escolas iniciáticas ou de mistérios. Pessoas eram escolhidas por serem considerados confiáveis, cultos. Eram preparados para receber os saberes, e assim não iriam profanar aquele sagrado ensinamento. No início, eram homens e mulheres. Profetas e Profetizas. Sacerdotes e Sacerdotisas. Não se fazia distinção. O ser era preparado para uma função.
O tempo foi passando e por algum motivo (que não vou dizer por não ter certeza absoluta de quando e qual) os sábios que detinham esse conhecimento entenderam que essas informações e conhecimentos estavam em risco de se perderem. No caso de se perderem, seria muito mais prejuízo para toda a humanidade, do que se caísse nas mãos de alguém não tão preparado para o conhecimento, e que talvez pudesse profanar ou deturpar os ensinamentos, então, acharam por bem escreverem tudo o que eles conheciam. (talvez o ditado popular: falem bem ou mal mas falem de mim, nasceu aqui…. contém ironia)
Era notório que as pessoas mais preparadas para “ministrar” esses ensinamentos tinham um certo preparo e bastante conhecimento moral e cultural, tinham a capacidade de entender informações escondidas em entrelinhas. Ou seja, nada estava escrito claramente, mas numa simbologia. Assim como Cristo falava com seus seguidores. Quem quisesse conhecer precisava de um certo esforço, de uma intenção. Assim, se, caísse nas mãos de quem não tinha nenhum interesse acerca desse tema, leria, não entenderia e ignoraria.
Já, se quem tivesse contato com esses escritos, fosse alguém interessado no tema, iria se debruçar, estudar, comparar com outros textos e assim, receberia as informações sagradas secretas.
esse texto continua